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terça-feira, 24 de maio de 2016

Mente Sã, Corpo São! De volta ao Blog!

Quem vinha acompanhando o Blog no ano passado com certeza percebeu que dei uma parada depois da última postagem, do dia 21 de dezembro de 2015, a qual foi finalizada assim: "Amanhã será o dia da cintilografia, um exame que tem 6 horas de duração e serve para verificar se há alguma metástase nos ossos. Deus queira que não!!!"

O resultado da cintilografia acusou sim a metástase óssea e o do Pet Scan também. Pra mim o susto  foi pequeno, porque antes mesmo do diagnóstico do câncer vinha sentindo muita dor na costela. Um dia cheguei de viagem, deitei na cama e fiquei umas duas horas sem conseguir me levantar, pensei que houvesse fraturado a mesma.

Achei melhor não dividir isso com vocês, pois quem está de fora geralmente sofre ou fica com dó acreditando que estou sofrendo. E enquanto isso eu estava aqui, seguindo minha vida, fazendo pilates, dançando, aproveitando pra acelerar meu inglês e tratando de eliminar os 12 quilinhos que já eliminei desde janeiro (yupiiii!). Tudo sem a menor bad psicológica!

Digo psicológica porque, diferentemente do tumor primário da mama, que nunca se manifesta, o da costela não ficou calado um só mês. De tempos em tempos mandava lembranças.  Porém, no mês de maio, mesmo a quimioterapia agindo bem no tumor da mama, a costela começou a doer tanto que falei para o médico que não sentia mais fincadas e sim facadas. A dor já não estava mais localizada, se estendia da costela até o centro do peito.

Todavia, mesmo com dores, nunca tratei meu tumor como algo do mau. Quem quer ter uma força do mau dentro de si? Eu não, credo! Vejo as pessoas usando a expressão "aquela doença" como se referissem ao próprio capeta, eu sempre preferi trata-lo como uma criança que não entende o que está fazendo. Assim fica tudo mais suave e eu ainda posso orientá-la ao invés de me revoltar.

E assim foi feito. Um dia, quando a dor estava muito intensa, resolvi conversar com a criança: Coleguinha, deixa eu te explicar uma coisa, se você continuar trabalhando com esse afinco todo quem vai morrer é você, não eu. Eu vou deixar o corpo, vou para o Céu, para uma Colônia Espiritual linda, poderei fazer umas viagens muito massas pelo Universo, "brincar de esconde-esconde numa nebulosa", ir morar em outro planeta ou de repente até voltar ao planeta Terra morando aqui ou em um outro país. Ou seja, pra mim, "O-bla-di O-bla-da life goes on bra. Lala how the life goes on." Já você, irá pra debaixo da terra com o resto do corpo, não vai ter sangue pra te alimentar, não vai ter linfa, não vai ter célula, não vai ter corpo quentinho, não vai ter nada funcionando aí. Então eu no seu lugar não trabalharia tanto... Para completar, fechei os olhos e enviei amor incondicional para os tumores da mama, da axila e da costela, em forma de luz rosa cintilante como já havia feito outras vezes.

Na semana seguinte fiz a tomografia e mostrei o resultado para o médico. Entre o dia do exame e o dia do retorno, senti as dores diminuírem bastante a ponto de ficar dias sem sentir nada. O médico leu o laudo e confirmou que o tumor da mama reduziu em 36%, e o da axila em 90%, virou a página, leu sobre a costela, em silêncio pegou a imagem, analisou e disse:

- A costela tá tranquilo!
- Você acha que o tumor some até o final da químio? Perguntei duvidosa, pois já havia feito 11 sessões de químio e só faltavam 5.
- Eu não acho. Estou te afirmando! Não tem nada aqui. Disse ele virando a imagem pra mim.

Fiquei tão passada que a ficha só foi cair hoje, no dia seguinte. É lindo o poder que temos dentro de nós e poucas vezes utilizamos! Sentimentos como o amor, a paz, a resiliência têm muito mais força que o medo, a revolta, a auto-piedade e outros sentimentos de baixa vibração.

Ah, e nada como o poder de uma boa conversa! :) Sigo sem dores...