Todos os anos é a mesma coisa no mês de outubro. Seja na TV, no local de trabalho, nas escolas, lá está ela, a famosa fita rosa, nos avisando sobre a importância da prevenção. Por ser uma pessoa extremamente preocupada com a saúde, vivo indo ao médico e fazendo exames o tempo todo.
Sobre a interpretação dos Bi-Rads, de acordo com o site http://www.sbmastologia.com.br/cancer-de-mama/rastreamento-diagnostico-cancer-de-mama/como-interpretar-resultado-do-seu-laudo-2.htm podemos dizer que:
"I: Quando o médico relator atribui BI-RADS®I ao exame significa que ele não encontrou nada.
II: Quando o médico relator atribui BI-RADS®II ao exame significa que
ele encontrou algo, mas que ele tem certeza ser benigno (portanto não é
câncer com certeza). Na prática, tem o mesmo valor que o BI-RADS®I,
pois não traz nenhuma ameaça à paciente e requer apenas as recomendações
habituais para saúde mamária (mamografias anuais, por exemplo).
III: Quando o médico relator atribui BI-RADS®III ao exame significa
que ele encontrou algo no exame que quase com certeza é benigno. Para
paciente que se enquadram nessa categoria, habitualmente é recomendado
apenas um acompanhamento com o mesmo exame em seis meses. É comum, ao
descrever achados BI-RADS®III, usar-se a expressão "achado provavelmente
benigno". Esse termo não deve trazer insegurança à paciente. Na
verdade, a chance de um achado classificado como BI-RADS®III ser câncer é
mínima, menor do que 2% (ou seja, mais de 98 pacientes entre 100 que
recebem essa classificação não têm câncer de mama).
Além disso, já foi provado que nesses casos, mesmo que a lesão venha a
ser um dos raros casos de câncer que não parece ser câncer (um
verdadeiro "lobo em pele de cordeiro"), na grande maioria das vezes após
seis meses a doença estará em fase curável, sem que haja prejuízo para a
saúde da paciente. Vale enfatizar que o acompanhamento semestral é
considerado seguro no mundo todo para esses casos, e baseado em amplos
dados de pesquisas clínicas.IV: Quando o médico relator atribui BI-RADS®IV (4), significa que ele
achou algo no exame que precisa de uma amostra física para ser estudada
ao microscópio. O procedimento de colher essa amostra se chama biópsia.
Nessa categoria, a chance de que a paciente tenha câncer vai de pouco
mais de 2% até 95%. Todos os achados nessa categoria precisam de
biópsia, mas ela foi subdividida em três grupos com risco diferente de
que seja encontrado câncer (a, b, c). No grupo 4a, temos quase certeza
que o resultado será benigno (risco em torno de 10%), mas não achamos
seguro esperar seis meses para saber o resultado. No grupo 4b, o risco é
um pouco maior, mas em geral é de menos de 50%. No grupo 4c, o risco já
é de mais de 50%, mas menos de 95%."
Assim, tendo os meus exames sempre dado Bi-Rads II, em sua maioria, e Bi-Rads III, pouquíssimas vezes, eu voltava de tempos em tempos ao médico apenas para dar um "Olá!" aos meus nódulos benignos e ver se estavam bem, felizes e confortáveis.
Para melhor localizarem os nódulos, os especialistas dividem as nossas mamas como se fossem um relógio, localizando-os em sentido horário. Assim, meus exames sempre detectavam fibroadenomas (nódulos benignos) às 9 horas na mama direita, e dois fibroadenomas na mama esquerda, sendo um retro aureolar e outro próximo às 3 horas.
No ano de 2013 senti o nódulo retro aureolar da mama esquerda um pouco diferente, sendo facilmente sentido através de um leve toque. Como de costume, voltei ao mastologista, fizemos novos exames, que confirmaram, mais uma vez, ser um nódulo benigno.
Seguindo o que foi aconselhado pelo meu médico, em 2014 fiz ultrassonografia e mamografia, no primeiro e segundo semestres.
Em 2015 realizei os costumeiros exames no mês de março, dando novamente Bi Rads II. Assim, após 5 anos de acompanhamento dos nódulos, eu já estava convencida de não ter câncer de mama. Fiz vários exames nas cidades de Belo Horizonte, Viçosa e Ouro Preto, tendo sido acompanhada por diferentes médicos e feitos exames em diversos locais.
No entanto, no segundo semestre de 2015, comecei a sentir as mamas um pouco mais doloridas do que de costume, durante o período pré-menstrual. Ao mesmo tempo, senti também a axila esquerda dolorida. Eu havia feito vários exames em linfonodos aumentados na região do pescoço, no princípio do ano, que os havia diagnosticado como reacionais e benignos. Então pensei que fosse coisa da minha cabeça ficar sentindo linfonodo dolorido também nas axilas.
Mesmo assim, seguindo a tradição de fazer dois exames por ano, e tendo sido lembrada pelo excesso de fitinhas rosas, adesivos e cartazes espalhados pelo Campus, voltei ao médico no mês de outubro de 2015. Ao fazer o toque ele detectou o linfonodo aumentado nas axilas e me pediu nova mamografia e ultrassonografia. Como eu já tinha certeza de não ter câncer de mama, fiz os exames e saí de férias por 15 dias para fazer um curso em Belo Horizonte. Ao retornar, peguei os resultados, que traziam o Bi-Rads 0 no laudo e acusaram um linfonodo aumentado com 2,3 cm na axila esquerda.
Tranquilamente, já tendo tido a experiência de linfonodos aumentados na cervical, os quais desapareceram com alguns meses, tentei marcar o retorno ao médico, que só tinha horário para o dia 15 de dezembro. Sentindo as dores aumentarem, pedi o telefone de uma médica que havia operado uma amiga e segui para Belo Horizonte. A médica, Dr Mônica Duarte Pimentel, extremamente competente, conversou bastante comigo, fez os toques e pediu que eu fizesse, pela primeira vez, a Ressonância Magnética nas mamas, e repetisse a core-biopsy nos nódulos da mama esquerda, já realizadas em 2011, incluindo, dessa vez, também o linfonodo aumentado.